Para BC, nova funcionalidade do Pix automático não é a forma mais adequada para realizar compras parceladas sem juros Foto: Leo Souza/Estadão

O diretor de Regulação do Banco Central (BC), Gilneu Vivan, reforçou nesta quarta-feira, 4, que o Pix automático contribuirá para o esforço de inclusão financeira, uma das bandeiras empunhadas pela autoridade monetária, ao propiciar a 60 milhões de pessoas que não têm cartão de crédito o acesso a assinaturas e outros serviços que antes exigiam a tarjeta plástica.

A fala de Gilneu ocorreu durante entrevista à imprensa para dar mais detalhes sobre o Pix automático, que passará a funcionar a partir do próximo dia 16. A entrevista contou também com a presença de Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do banco. O presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, mais cedo, ao participar da abertura do evento “Conexão Pix”, já havia feito menção à inclusão.

“O Pix automático simplifica isso, permite esse acesso. Além disso, você consegue ter controle a partir do aplicativo. Vai saber quais são os Pix automáticos que você autorizou e quais são os valores. Pode fazer o controle automático, cancelar, evitar uma operação que você não tem interesse no momento ou mesmo os serviços que você suspendeu”, disse o diretor do BC.

Gomes afirmou que a nova funcionalidade do Pix automático não é a forma mais adequada para realizar uma compra no sistema de parcelamento sem juros.

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Segundo ele, no caso do Pix automático, o risco de crédito está atrelado ao consumidor. “E esse consumidor, a qualquer momento, pode desistir daqueles pagamentos. Então, não é uma operação de crédito normal”, alertou.

Gomes ainda pontuou que a nova modalidade do Banco Central deve atacar outros meios de pagamentos recorrentes, como o débito automático e o boleto. Além disso, destaca, o Pix automático deve promover mais inclusão financeira aos consumidores.

“Muitos consumidores estão excluídos de produtos online de comércio eletrônico, precisamente pela ausência de um meio de pagamento que contorne o ecossistema de cartões e que atinja consumidores que só tem uma conta bancária e, muitas vezes, um limite pequeno”, frisou. “Esse lado da inclusão vai ser muito importante, tanto para consumidores como para as empresas. Será um ganha-ganha.”

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